A cidade de Campos foi citada no esquema de fraudes em certificados de vacinas da Covid-19, articulado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação detectou registros falsos de vacina feitos em Campos dos Goytacazes (RJ) em nome das filhas de Cid. A matéria foi publicada pelo site UOL.
Cid foi preso em operação deflagrada pela Polícia Federal em 3 de maio. Além dele, foram presos João Carlos Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias apontado como responsável por inserir os registros falsos feitos na cidade, e outras quatro pessoas.
O UOL identificou os registros de vacinas em Campos na base de dados de vacinação do Ministério da Saúde. Em 14 de dezembro do ano passado, foram registradas sete doses de vacina nas três filhas de Cid. As doses teriam sido aplicadas na Secretaria Municipal de Saúde, em datas muito anteriores ao dia do registro: 06/08/2021, 06/12/2021, 12/07/2022 e 06/12/2022.
No dia seguinte do registro, 15 de dezembro de 2022, todas as sete doses supostamente aplicadas nas filhas de Cid em Campos foram deletadas do sistema do Ministério da Saúde. Mas o banco de dados de vacinação do Ministério da Saúde não apaga realmente os dados. Apenas inclui uma marcação para informar que aqueles registros devem ser desconsiderados. Foi dessa forma que a Polícia Federal descobriu as informações deletadas de Bolsonaro e sua filha Laura, inseridos no sistema em Duque de Caxias.
Os registros feitos em Campos dos Goytacazes mostram que a filha mais nova de Cid teria recebido a primeira dose da Pfizer pediátrica em dezembro de 2021, quando tinha 4 anos. Mas o Ministério da Saúde só liberou o imunizante para essa faixa etária em setembro do ano seguinte. O UOL mostrou que os registros das filhas de Cid Duque de Caxias também tinham essa inconsistência.
A redação do site Monitor NF, entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Campos e aguarda retorno sobre a citação do município nas investigações.