9 de outubro de 2024

1º Censo da População de Rua identifica 114 pessoas vivendo nas ruas de Campos

Os dados são da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social.

O 1º Censo Sobre a População em Situação de Rua de Campos, realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, identificou 114 pessoas vivendo nas ruas da cidade no ano de 2022. Os dados foram compilados pela Gerência da Vigilância Socioassistencial da SMDHS. O objetivo do Censo é contabilizar e traçar um perfil das pessoas que vivem nas ruas. Assim, produzir um diagnóstico para elaboração de políticas públicas municipais voltadas a essa parcela da população.

A pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e novembro de 2022. Do total de pessoas em situação de rua, que era 114, 49 disseram que dormiram nas ruas, em casas ou em prédios abandonados há uma semana antes das entrevistas. Já 42 pessoas disseram que utilizavam a rua como forma de trabalhar.

Quanto ao perfil, 87% são homens e 13% são mulheres. Sobre a cor, 39% são declarados pretos, 29% pardos e 28% brancos. A idade média de pessoas em situação de rua é de 40 a 59 anos. Do total de entrevistados, 28% declararam possuir alguma deficiência/transtorno/síndrome. Destes, 49% tinham transtorno psiquiátrico.

A formação escolar também foi um ponto para a elaboração do Censo. Sabem ler e escrever 70% dos entrevistados. Outros 18% afirmaram que não sabiam ler e nem escrever. Com ensino fundamental incompleto eram 53%.

O Censo abordou e perguntou qual era a origem das pessoas e qual o deslocamento eles haviam feito. O levantamento traz que 48% dos entrevistados são nascidos em Campos. Mas 5% são de pessoas nascidas na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Pessoas que vieram de várias partes do Estado do Rio eram 30%, do Espírito Santo 6% e de São Paulo 4%.

Dos 48 migrantes, 40% declararam que vieram por recursos próprios, 10% chegaram a pé e 10% via carona. Os que declararam que moravam há mais de 5 anos no município foram 20% e os que informaram que moram há um ano foram 19%. Já 14% possuem o território do Parque Guarus como última referência, seguido de Chatuba e Jockey com 4% cada.

Segundo o levantamento, 58 entrevistados disseram estar nas ruas por conflitos familiares, 37 pelo desemprego, 29 pelo uso de álcool ou droga, 10 pessoas por transtorno psiquiátrico, 6 por conta do risco em locais que moravam, 4 pelo risco de vida. Já 7 pessoas elencaram outros fatores.

O tempo de permanência nas ruas também foi abordado, sendo que 25% dos entrevistados estava há mais de 10 anos, enquanto 31% estava há menos de um ano. Das formas de sobrevivência através da rua, o trabalho informal era 27%, trabalho formal 18% e doações 18%.

Segundo o secretário da pasta, Rodrigo Carvalho, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social tem o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) como referência para a oferta de serviços à população de rua da cidade, como abrigos, regularização de documentos, encaminhamento para serviços de saúde e emprego.

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