Na última quarta feira recebi uma ligação de uma amiga relatando que sua parente está com alta, após dois meses internada, mas iria continuar dentro do HGG.
Diante da revelação, logo perguntei os motivos para essa dolorosa via crucis e ela me disse que a pessoa em questão é paciente renal e está sem nenhum direcionamento público para a realização de diálise, logo não pode ir para casa senão morre.
Imediatamente entrei em contato com pessoas ligadas a área e elas me confidenciaram que o relato é triste, revoltante, mas é corriqueiro e verdadeiro.
O caminho, infelizmente, é uma ação judicial com pedido de liminar, para que essa cidadã possa ser inserida nos cadastros para a realização urgente das sessões de diálise, seja no setor público ou no privado.
Uma pessoa que se encontra nessa situação não pode ser mantida internada sob pena de ser acometida de diversas doenças hospitalares diante do seu quadro clínico de imunidade baixa.
A Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes (PMCG) na gestão do atual prefeito é nota mil em marketing e talvez isso seja um dos motivos pelos quais questões tão dramáticas como essa não cheguem as redes sociais e aos sites de notícias.
Amanhã entrarei em contado com a Defensoria Estadual para que possamos analisar as medidas judiciais cabíveis que possam fazer com que essa senhora tenha o seu direito constitucional a saúde e a própria vida garantidos.
Vale informar que todos os dados referentes a paciente que relato nesse artigo estão em meu poder e serão disponibilizados a Defensoria Pública já nas primeiras horas de segunda.
O município de Campos dos Goytacazes e a sua secretaria de saúde estão com os cofres cheios e não podem se dar ao luxo de manterem pessoas internadas sem que haja necessidade real.
Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o Brasil possui aproximadamente 140 mil pacientes que sofrem com os casos mais graves da doença renal crônica e precisam realizar diálise.
Os pacientes que não realizam a hemodiálise e que comprovadamente necessitam dela correm sério risco de sofrer complicações agudas, como infartos, derrames e morte súbita. Trata-se do caso dessa senhora que amarga uma internação, no momento injustificável
A vida dessa paciente renal é de responsabilidade do poder público municipal e cabe a ele todas as ações administrativas que façam com que esse sofrimento seja reduzido sob pena de ser responsabilizada judicialmente pelos danos sofridos por ela.