Na Carta Apostólica Rosarium Virgínis Mariae, São João Paulo II afirma no nº 6 uma nova perspectiva desta espiritualidade: “se historicamente o Rosário esteve muito ligado à vitória em muitas batalhas que os cristãos tiveram de enfrentar, hoje a vitória mais necessária é a vitória da paz. Peçamos a Maria esse maravilhoso dom e sintamo-nos envolvidos pessoalmente na causa da paz, pois não se pode recitar o Rosário sem sentir-se chamado a um compromisso de serviço a Paz”. Estas preciosas palavras nos recordam que invocar a Maria Santíssima é tornar-se um instrumento de construção e irradiação da paz e concórdia que o Príncipe da Paz, Nosso Senhor Jesus Cristo veio trazer ao mundo.
Ser como Bártolo Longo, citado seis vezes na Carta, um apóstolo da reza do Terço, que contemplando as ruínas de Pompeia era capaz de antever o efeito matricial desta oração Mariana de fazer nascer a civilização do amor, da caridade fraterna e da dádiva e partilha. Ao mesmo tempo os homens que assumiram esta espiritualidade de profunda raiz eclesial e missionária são convidados a viver na escola de Maria e José as virtudes olvidadas quiçá na educação masculina um tanto fechada, e que encontramos na Carta Apostólica Apostólica Patris Corde sobre São José: o ser amado como pai, ser pai na ternura, ser pai na obediência, ser pai no acolhimento, ser pai com coragem criativa, ser pai trabalhador e ser pai na sombra. Com um terço na mão nasce um homem novo, manso e humilde de coração, capaz de dialogar e escutar, para depois falar com sabedoria e ensinar com amor. Precisamos sim de recuperar o protagonismo dos homens na Igreja na família e na sociedade, mas que seja um protagonismo, sinodal, orante, compartilhado e complementado sempre com nossas irmãs mulheres.
A paz começa em casa, e como dizia um grande Santo da Igreja doméstica, cada lar deve tornar-se um remanso de paz e de alegria, ou como dizia o grande líder indiano Ghandi, o lar é um santuário de oração e de paz (ashram). Homens que rezam o terço são um sinal de esperança e de promessa de frutos abundantes, para as famílias, a Igreja e a renovação da humanidade, reconciliada e irmanada em Cristo. Deus seja louvado!
