25 de novembro de 2024

Comércio deve abrir 110 mil vagas temporárias no fim de ano, maior patamar em uma década

Empresas já iniciaram as contratações visando o fim de ano.
Foto: Divulgação

Ainda faltam alguns dias ou meses para as principais datas do calendário do comércio — Dia das Crianças, Black Friday e Natal —, mas varejistas de diferentes segmentos já iniciaram o processo de contratação de temporários. Com inflação mais controlada, início do ciclo de queda dos juros e alguma ajuda da taxa de câmbio nos últimos meses, as expectativas são otimistas para o fim do ano. Nas projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a criação de vagas temporárias deve alcançar o maior patamar em dez anos.

“O Natal sem dúvidas vai ser melhor do que o do ano passado, e isso vai se converter em vagas. Tudo leva a crer que vamos passar do patamar de 110 mil postos temporários abertos, o que é um patamar expressivo. Se olharmos a série histórica, o patamar mais alto foi em 2013, com 115 mil vagas abertas. Com os juros e a inflação menores, certamente teremos o maior contingente de trabalhadores temporários para o período dos últimos dez anos”, avalia Fábio Bentes, economista sênior da CNC.

O setor ainda não conta com dados fechados de 2022, mas a expectativa à época era de criação de 109,4 mil vagas. Foi um ano atípico, de reabertura pós-pandemia. No auge da crise da Covid, o comércio tinha fechado muitos postos de trabalho. Na reabertura, além das vagas extras típicas de fim de ano, muitas empresas contrataram temporários até para repor posições efetivas que tinham sido suspensas na pandemia.

Caso as projeções para este ano se confirmem, o resultado significará expansão sobre uma base alta de comparação. A CNC espera alta de 4% sobre a projeção de 2022.

“Foi uma década com muitas crises para o varejo. Nos últimos anos, o Natal foi fraco ou teve quedas nas vendas e no trabalho temporário. Do ponto de vista do varejo, acredito que estamos diante de um ciclo mais positivo. Com vendas e empregos um pouco mais fortes”, complementa Bentes, que espera que as contratações ganhem tração a partir da segunda quinzena de outubro.

Rodolpho Tobler, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), estima que o número de vagas abertas no fim de 2023 deve ser maior que no ano passado, mas ainda não deve repetir o patamar observado antes da pandemia. Isso porque atividades de venda de tecidos, calçados, vestuário e eletrodomésticos ainda operam abaixo do patamar de 2019.

Segundo Tobler, a melhora no mercado de trabalho se deve à inflação mais controlada e à redução na taxa básica de juros, mas também à manutenção de programas assistenciais do governo, que aumentaram o poder de compra da população.

Fonte: O Globo

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