23 de novembro de 2024

Alerj instala Frente Parlamentar da Juventude

O objetivo é propor, monitorar e defender a criação de leis direcionadas aos jovens do Estado do Rio.
Foto: Divulgação

A Frente Parlamentar da Juventude foi instalada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na segunda-feira (30), em sessão solene realizada no plenário do Parlamento fluminense. A iniciativa tem o objetivo de propor, monitorar e defender a criação de leis direcionadas aos jovens do Estado do Rio. Durante a reunião de instalação, foi defendida pelos participantes a criação de uma Comissão Permanente sobre o tema na Casa.

Segundo o coordenador da frente, deputado Vinicius Cozzolino (União Brasil), os jovens constituem 17% da população do estado e possuem demandas específicas que precisam de prioridade e atenção permanente. “O Rio de Janeiro é rico em diversidade e potencial, mas tem problemas complexos que atingem as perspectivas dos jovens. Toda vez que temos uma dificuldade orçamentária fiscal, as políticas de juventude são as primeiras a serem afetadas, porque sempre são lembradas como algo que já está incluído em outras pastas”, disse o parlamentar.

Em relação aos pedidos de criação de uma Comissão Permanente da Juventude na Alerj, Cozzolino disse que esta será uma das demandas do grupo. “Todas as vezes que uma frente se coloca como produtiva e eficiente, há a possibilidade de ser criada uma comissão com o tema”, justificou.

Presente na reunião, o secretário estadual de Juventude e Envelhecimento Saudável, Alexandre Isquierdo, destacou a importância de formar novos gestores municipais da juventude e sugeriu uma parceria com a Escola do Legislativo (Elerj), órgão vinculado à Alerj, para a capacitação desses profissionais. “De 92 municípios no Estado do Rio, nós temos 34 gestores municipais. Essa formação é necessária para que a gente possa criar fundos municipais da juventude e alavancar políticas públicas voltadas a essa parcela da população. A Elerj (Escola do Legislativo da Alerj) pode ser uma parceira da secretaria junto com o Conselho Estadual da Juventude para a capacitação de novos gestores”, explicou.

O secretário também aproveitou para anunciar que o Governo do Estado está trabalhando para reativar os Centros Regionais das Juventudes (CRJs), espaços destinados a ações de empregabilidade, cultura e lazer.

Problemas a serem enfrentados

Em sua fala, o secretário municipal da Juventude do Rio de Janeiro, Salvino Oliveira, pontuou que mais de 20% dos jovens do Estado do Rio não estudam, nem trabalham. “Essa população convive com um dos piores indicadores de juventude da história. Estamos falando de um problema de previdência social, mas que também se torna um problema de assistência social, de segurança pública, de geração de renda e, por fim, de sustentação do Rio de Janeiro. Precisamos colocar a juventude no centro do debate e do orçamento estadual. Estamos falando de um possível apagão produtivo num futuro muito próximo”, comentou.

A manutenção do Fundo Estadual da Juventude, criado pela Assembleia Legislativa, em 2021, também foi um tema levantado durante a reunião. Em resposta, Cozzolino disse que o Parlamento está cobrando o Executivo para que os repasses sejam feitos. “Não existem direitos que não tenham custo. Nós precisamos que a parte financeira também seja garantida. A manutenção do fundo foi um acordo que conseguimos manter na Casa”, disse o coordenador da frente.

Já a deputada Dani Balbi (PCdoB), integrante da Frente, destacou que o primeiro desafio é a construção de um sistema educacional que funcione para a atenção das necessidades da juventude. “A gente precisa de articulações necessárias do sistema de educação com o mercado de trabalho, com a rede de cultura e com novas formas de profissionalização. Nós precisamos enfrentar também algumas questões que se arrastam, como um índice preocupante de não conclusão do ensino médio. Quando se fala de juventude periférica, negra e favelizada, também é preciso traçar políticas públicas que possam conduzi-la ao mercado de trabalho e a estruturas de cidadania”, acrescentou.

Também compõem o colegiado os deputados Andrezinho Ceciliano (PT), Dani Balbi (PCdoB), Felipinho Ravis (SDD) e Gisele Monteiro (PL).

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