Um cristão firme como poucos, Leão Bloy afirmava que existe uma só tristeza, a tristeza de não ser santo. Tinha razão, pois o que nos falta nesta sociedade líquida ou gasosa, em que os valores permanentes parecem ter sumido, nos deparamos com o conformismo raso e a mediocridade como estilo de vida. Não significa que para ser santo tenhamos que despontar ou chamar a atenção por fazer coisas notáveis ou façanhas e milagres a torto e a direito.
Ser santo não consiste em adotar uma existência de marketing ou de um elitismo de seres que se pensam superiores aos demais. São pessoas como a gente, de carne e osso, pele e pescoço, de vida corrente, mas que querem seguir com garra e vontade a Jesus como centro, raiz e sentido total da vida. Mesmo sem fazer-se perceptíveis nas fotos ou atos da geração selfie, sua vida grita Cristo, como falava São Charles de Foucauld, seu testemunho simples, cotidiano nos encanta porque com eles nos sentimos diante de uma presença amiga, leal e compassiva. Os Santos estão na beira da porta, como afirma o Papa Francisco, nos acompanham em todas as situações e nunca desistiram de nós.
Fazem-nos pensar seriamente no modo de viver, e levantam a pergunta, porque não ser como eles, se eles conseguiram porque não eu? São João Paulo II na sua vinda ao Brasil nos deixou esta frase como legado: “O Brasil precisa de Santos!” E estava certíssimo, porque sem Santos nunca sairemos da mesmice, da crise ética, da falta de horizontes e absolutos que só Cristo pode dar. Mergulhemos na comunhão dos santos e na amizade espiritual com eles, tornemos cada vez mais a Igreja uma escola de santidade e ternura, partilhando os bens e graças sobrenaturais que nos elevam e nos levam sempre ao encontro dos pobres, dos sofredores e oprimidos, os preferidos de Deus. Pois ser santo é refletir e espalhar o bom odor de Cristo, sua misericórdia e copiosa redenção a todas as pessoas e criaturas no tecido de nossa vida cotidiana e de nossa vocação específica ou carisma a que fomos chamados. Deus seja louvado!