4 de fevereiro de 2025

O mistério do Palácio da Cultura

O monumento foi considerado pela Associação Brasileira de Engenharia como a obra mais importante no Brasil do ano de 1973.

Um dos prédios mais importantes da cidade e situado em área nobre, o Palácio da Cultura continua sendo objeto de saudades.

Foi com esse pensamento que o prefeito Rockefeller Felisberto de Lima idealizou o projeto, nos moldes do concretismo, no início da década de 1970.

Para se ter uma ideia da importância desse prédio, o monumento foi considerado pela Associação Brasileira de Engenharia como a obra mais importante no Brasil do ano de 1973.

Aquele que já foi berço de estudos de alunos e pesquisadores hoje aguarda, para ser reaberto, algo que a sociedade ainda não compreendeu.

No governo passado disseram que havia um termo de ajustamento de conduta que pelo visto ainda não foi totalmente cumprido.

Tratava-se de um orçamento de aproximadamente R$ 1,2 milhão financiado por uma empresa como medida compensatória homologada pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Campos em razão da demolição de um prédio histórico da Rua 13 de Maio, onde funcionou o Casarão do Clube do Chacrinha, entre o final de 2012 e início de 2013, sem a devida autorização de órgãos competentes.

Outro ponto preocupante é saber qual o tratamento técnico está sendo dados aos acervos jornalísticos e bibliotecários que ali se encontravam.

Jornais, revistas e livros permeavam aquela linda biblioteca. Hoje com o avanço da tecnologia, aonde esse material valioso se encontra acautelado?

As prevenções técnicas necessárias para que a história da cidade seja preservada estão sendo aplicadas?

A Prefeitura de Campos se encontra com o cofre cheio e com reservas financeiras de milhões, logo a sociedade cultural exige uma resposta.

Com milhares de estudantes nas redes públicas e privadas, sem contar os alunos da rede universitária, o Palácio da Cultura precisa ser entregue em definitivo aos seus verdadeiros donos, a população.

Infelizmente em Campos dos Goytacazes a cultura sempre foi reduzida, na maioria das vezes aos trios elétricos, ceifando-nos de inúmeras outras fontes de conhecimento.

Precisamos cobrar com firmeza uma resposta de que há ou não um prazo para que o Palácio da Cultura possa voltar a respirar conhecimento.

Já são nove anos de interdição! Será que um dia ele volta a ser aberto para a alegria do povo campista?

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Cláudio Andrade

Cláudio Andrade

Advogado, professor universitário da Candido Mendes, autor dos livros "Direito, política e sociedade" e "Entrelinhas". Vereador de Campos na legislatura 2017-2020, com autoria de 17 Leis Municipais. Atualmente, ocupa o cargo de Diretor de Ação Regional do Procon-RJ.

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