29 de setembro de 2024

Decreto do Rio proíbe Feira de Acari

De acordo com o prefeito do Rio, o secretário de Ordem Pública "está orientado a se articular com as forças policiais para impedir a instalação" da feira.
Imagem: Reprodução/TV Globo

Foi publicado no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (23), um Decreto que proíbe a realização a Feira do Acari, comércio popular tradicional localizado no Zona Norte. O prefeito Eduardo Paes disse que “a origem desses produtos é toda do crime organizado”. Além de ter sido tema de músicas, recentemente a feira viralizou nas redes sociais.

“Depois de conversa nesse fim de semana com o governador @claudiocastroRJ, publico amanhã no Diário Oficial do Município decreto proibindo o funcionamento da Feira de Acari em qualquer dia da semana. Não é aceitável que uma ‘feira’ repleta de produtos de origem desconhecida tenha seu funcionamento normalizado na cidade”, postou Eduardo Paes nas redes sociais, na segunda-feira (22).

O prefeito ainda ressaltou que o secretário de Ordem Pública, o delegado Brenno Carnevale, “está orientado a se articular com as forças policiais para impedir a instalação” da feira.

No documento do Decreto, Eduardo Paes aponta que o estado teve prejuízo de quase R$ 390 milhões com roubo de carga em 2023, sendo que 30% dos registros do país foram no RJ. O texto ainda destaca que a feira de Acari não é autorizada pela Prefeitura e que relatórios de inteligência registram a ligação da feira com envolvidos no tráfico de drogas, roubo de carga, contrabando e furto de energia.

Repercussão

O anúncio nas redes sociais sobre a proibição repercutiu. Para a vereadora Thais Ferreira (PSOL-RJ), muitos dos feirantes que serão impedidos de trabalhar foram vítimas da enchente que causou mortes e desalojou milhares de pessoas há uma semana.

“Num momento em que Acari sofre com o impacto das chuvas de verão, graças à falta de políticas públicas, a Feira de Acari, reconhecida como patrimônio cultural de natureza imaterial da cidade, é ameaçada pela Prefeitura com uma justificativa que demonstra ainda mais a ausência das autoridades na garantia dos direitos básicos da população desse território. Se o problema são os produtos desconhecidos, que tenha fiscalização!”, escreveu.

Fonte: g1

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