Pentecostes culmina o tempo Pascal com a Festa da Nova Criação, que celebra e atualiza o derramamento e efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Maria a Mãe de Jesus, sobre toda Igreja e o mundo inteiro, trazendo a vida nova do Ressuscitado, Primogênito da Terra resgatada do mal e da morte. O Espírito vem nos encorajar para tornar-nos apóstolos decididos a testemunhar com a vida e sinais portentosos a presença transformadora de Cristo. E a Igreja, o Povo da Vida Nova, assume sua missão de ser e fazer acontecer um permanente Pentecostes renovando a humanidade e libertando a história das correntes e estruturas que desumanizam e nos afastam do amor de Deus.
O Espírito não só nos faz desejar a santidade, mas compartilhá-la com a beleza e vigor dos carismas, dons, e graças que impulsionam a Igreja em um constante movimento de saída evangelizadora. Quando o Espírito sopra, toda a Criação retoma o esplendor primordial e transparece a misericórdia infinita do Pai. Estes dias em que com o coração apertado e certamente apreensivo diante da tragédia do povo rio-grandense, o Espírito nos faz abrir as mãos para ajudar e partilhar, mas também nos leva a participar da nossa responsabilidade comum de guardiães e jardineiros da Terra, protegendo a vida, as águas, os solos, os biomas, tornando a vida possível e fecunda.
Que o Espírito nos conduza uma vez mais a fazer de toda a Terra uma arca da aliança, imitando a Noé na sua ternura e cuidado para com todas as espécies. Intercedemos pedindo ao Espírito que nos preparemos bem para celebrar e fazer ecoar a primeira década da Laudato Si, animar com estas diretrizes de justiça climática a COP de Belém em 2025, e sermos no jubileu do ano vindouro Testemunhas e Peregrinos da Esperança, da esperança que não decepciona porque está alicerçada na Ressurreição de Cristo. Clamamos com toda humanidade e todas as criaturas. Vinde, Espírito Criador!
