Campos teve a segunda morte por dengue confirmada nessa segunda-feira (27). A informação faz parte da atualização semanal dos dados epidemiológicos da doença e outras arboviroses realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A paciente era uma gestante de 25 anos, que morava no Parque Guarus, e morreu no dia 2 de abril. A confirmação ocorreu após exames processados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen/RJ).
A jovem, com passagem de internação no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC), estava com 31 semanas de gestação, mas, devido à gravidade, teve um aborto espontâneo, segundo explica o subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury.
“Lamentavelmente, confirmamos a morte por dengue de uma gestante. Ela deu entrada no hospital no início de março com sintomas severos de insuficiência respiratória, tosse com sangramento, evoluindo para choque séptico, tendo de ser internada em CTI (Centro de Terapia Intensiva). E, após avaliação, obtivemos resultados positivos para dengue e para leptospirose. Isso deixou nossa equipe com uma dúvida sobre o diagnóstico e, por isso, pedimos suporte do Estado. Como a investigação com apoio da Secretaria de Estado de Saúde começou em março, somente agora obtivemos o resultado positivo para dengue. Esse é o segundo caso de morte por dengue em Campos dos Goytacazes”, disse Charbell
A primeira morte em decorrência da dengue aconteceu em fevereiro e acometeu um paciente de 64 anos, morador de Donana, do sexo masculino. No mesmo mês foi registrada a morte de um idoso de 72 anos, morador da localidade de Tocos, na Baixada Campista, por chikungunya. Ainda de acordo com o monitoramento feito pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS), dados acumulados entre a 1ª e 21ª Semana Epidemiológica de 2024 totalizam 13.603 notificações para dengue e 717 para chikungunya. Não há notificação para zika vírus.
Também foi realizada a estratificação por mês e, assim, maio soma até o momento 1.711 casos; abril, 3.435; março, 4.445; fevereiro, 3.148; e janeiro com 864. Já de chikungunya, em maio, foram 162 casos; em abril, 285; março, 155; fevereiro, 67, e janeiro, 48.
“O segundo óbito por dengue aconteceu no período de alta transmissão da doença, que agora no final de maio está em estabilização. Entretanto, é importante lembrar que, diferentemente da dengue, os casos de chikungunya continuam em alta transmissão, levando a gente a não parar as medidas de prevenção, cuidados que temos feito, porque o vetor, que é o mosquito Aedes aegypti, é o mesmo que transmite as duas doenças”, disse Charbell.
O especialista observa ainda que “existem grupos de maior vulnerabilidade para a dengue, como, por exemplo, as gestantes, que podem evoluir de uma forma mais grave, devido às mudanças fisiológicas, e a dengue pode surgir como uma emergência, como foi o caso desse segundo óbito. Então, como as gestantes não podem ser vacinadas para dengue, pois a vacina é contraindicada para esse grupo, a indicação principal é prevenção coletiva, que é o cuidado com a casa, evitar água parada, que pode potencialmente ter foco do mosquito, mas também o cuidado individual, com uso de repelente. Todos os repelentes são indicados para gestantes e todas têm que usá-lo para se prevenir contra a dengue”, orientou.
O município continua em epidemia por dengue, conforme Decreto Municipal nº 36, de 1º de março de 2024. A próxima reunião do Gabinete de Crise da Dengue e outras Arboviroses será no dia 5 de junho.