O XLIII Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde foi realizado nos dias 07 a 08 de setembro de 2024, em São Paulo, no Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde no Bairro Ipiranga. Teve como Tema Central o da Campanha da Fraternidade 2024: “Fraternidade e Amizade Social” no âmbito da saúde. A escolha do tema reflete sempre o contributo da Campanha da Fraternidade, focalizando seu impacto e incidência no campo da saúde. É bom inicialmente não nos esquecermos das consequências da pandemia, que além das perdas humanas entre os agentes da saúde e da própria população, deixou marcas profundas de conflito, divisão, causadas pelo negacionismo, as dificuldades e contradições no enfrentamento ao flagelo do COVID.
As turbulências da polarização política, ideológica, e religiosa penetraram também no espaço da saúde, já seja pelos efeitos nocivos que traz sempre um clima de hostilidade, ódio e inimizade para a saúde ou pela desagregação e esboroamento de laços e vínculos que gera a violência e a intolerância. Algumas conferências foram particularmente incisivas em relação a temática como a primeira proferida pelo Pastor André Francisco Krug Kurz da IELB, que discorrendo sobre o tema central, o aplicou ao cenário das Capelanias Hospitalares. Afirmou enfaticamente a necessidade dos ministros religiosos e acompanhantes espirituais praticarem a escuta empáticas dos pacientes respeitando integralmente a espiritualidade e fé dos mesmos. Outra conferência que relatou uma prática documentada de atendimento espiritual e religioso aos pacientes, partindo da escuta alegre e amorosa foi à experiência denominada Projeto Narizes de Plantão, que apresenta como relevante o contato e proximidade bem humorada com os pacientes, intuição que o famoso médico Patch Adams (o amor é contagioso) já tinha compartilhado na sua formação rompendo paradigmas de uma medicina fria e sem interação afetiva e dialógica.
Finalmente, merece destaque a Conferência “A orla do manto, a unção dos enfermos como caminho para a saúde integral”, desenvolvida pelo Padre Geovani Antônio Dias, M.I. Faz redescobrir as possibilidades e transformações relacionadas a este sacramento de cura integral que quando celebrado de uma forma qualificada e mistagógico, descortina o poder da palavra, do contato e do gesto fazendo acontecer a presença de Jesus o Médico Divino e a sua salvação. Todos estes momentos de fala e reflexão nos lembraram da mensagem do Papa Francisco para o XXXII Dia Mundial do Doente: “Não é conveniente que o homem esteja só”. Fraternidade e Amizade Social no campo da saúde é cuidar do doente e todas as suas relações, estando juntos, sendo samaritanos próximos e amorosos, pois como afirmava Santa Teresa de Calcutá a pior doença ou flagelo é a falta de amor.
Deus seja louvado!