22 de novembro de 2024

Feminicídio: Polícia Civil conclui que estudante de medicina reconheceu a mãe e acelerou o carro

O delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, Carlos Augusto, comunicou, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (08), o encerramento das investigações da morte de Eliana Lima.

Confira aqui o vídeo da coletiva

A mulher, de 59 anos, estava em uma bicicleta elétrica trafegando pela Avenida Francisco Lamego, no bairro Jardim Carioca, quando foi atropelada pelo próprio filho – o estudante de medicina Carlos Eduardo Aquino. O caso aconteceu na noite do dia 28 de outubro deste ano.

Durante a coletiva, o delegado destacou que o filho já havia agredido e ameaçado a mãe em situações anteriores. Segundo a investigação, na noite do crime, Carlos Eduardo reconheceu a mãe a acelerou o carro contra a vítima. Ele foi denunciado por feminicídio e permanece preso.

O delegado Carlos Augusto elencou seis itens que, segundo a investigação, demonstram que o estudante teve dolo ao cometer o crime de feminicídio:

1- Direção do veículo de maneira normal em percurso anterior, conforme verificado em câmeras, somente tendo acelerado demasiadamente o carro ao perceber que a vítima estava em sua frente;

2- Local bem iluminado e memória visual do autor. De acordo com o delegado, ele teria a capacidade de reconhecer familiares do convívio mesmo a certa distância, em meio a outras pessoas desconhecidas.

3- Cor incomum da bicicleta elétrica da mãe (amarelo vivo), que facilitaria a identificação. Segundo o delegado, o autor já teria, inclusive, danificado a bicicleta em outra ocasião de maneira proposital.

4- Tentativa de fuga do local do crime, conforme relatado pelas vítimas sobreviventes. Para a investigação, isso demonstra algum grau de consciência do autor.

5- O menosprezo pela vítima morta no local do crime, que, segundo a investigação, foi também relatado pelas outras vítimas. Segundo o delegado, não demonstrou remorso ou dor ao ver a mãe morta

Também foi destacado que havia um histórico de agressões físicas, verbais e ameaças de morte à mãe. Uma dessas agressões foi filmada pela irmã de Carlos Eduardo e o vídeo foi divulgado pelo delegado. As imagens mostram a mãe sendo agredida e o motivo, segundo o delegado, seria R$5.

A Polícia Civil ainda informou que o Ministério Público já denunciou o estudante por feminicídio o outros crimes de trânsito. A partir de então, ele muda de status de investigado para réu e pode ser submetido a júri popular.

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