A grande e inefável surpresa do Natal é que Deus vem ao mundo como criança. Numa imagem frágil, indefesa, vulnerável e sorridente com seus bracinhos abertos e já desde a manjedoura inicia seu processo de aprendizagem de ser humano, mas também oferece inestimáveis ensinamentos, que nos convidam a deixar de lado a megalomania e os múltiplos apelos que nos tornam egoístas e auto centrados.
No presépio encontramos o segredo essencial para ser feliz: tornar-se pequeno, humilde e simples. Em outras palavras, recriançar a nossa vida, uma vez que quando quis mostrar de que eram os verdadeiros discípulos e seus fieis servidores apresentou-lhes uma criança. É necessário aprender a ser criança, o que significa não voltar atrás na idade, mas resgatar a pureza de coração, a inocência no olhar e no sentir, a capacidade de assombrar-se e deslumbrar-se com a beleza da criação, das criaturas e de todas as pessoas. Considerar a todos/as como amigos e estar pronto para servir e brincar incluindo e participando com alegria.
Certamente que leva tempo, mas nos conduzirá com tranquilidade para o Reino, nos tornará mais criativos e compassivos, poetas do interior com a imaginação de um coração acolhedor e misericordioso. Nesta conversão natalina seremos capazes de esperançar a nossa vida e a de todos os que conhecemos, como testemunhas da esperança fiel que não engana e que acompanha toda iniciativa e projeto plenamente humano por ser de inspiração divina. Esperançar renovando o altruísmo, a caridade operosa, a corrente do bem e da paz, que sempre foi a esperança inquebrável dos anawin (os pobres de Deus), os que esperam tudo do Deus Pai das Misericórdias.
Cantemos com Maria nossa querida Mãe o Magnificat, espelho da esperança dos pequenos e humildes, que com sua presença nos convida a sempre maravilharmo-nos com as surpresas e prodígios da bondade do amor e da ternura de Deus.
Deus seja louvado!
