No dia 21 de janeiro, celebramos, junto ao Dia Mundial da Religião, a jornada de combate à intolerância religiosa e a defesa irrestrita da liberdade religiosa como um bem comum da humanidade. A experiência paradigmática do êxodo para o povo hebreu e toda a humanidade mostra a conexão e importância da liberdade religiosa como matriz e fonte de todos os direitos, alicerçados na dignidade infinita da pessoa humana. Só em um clima de respeito às religiões podem amadurecer a liberdade de consciência e de expressão. Constatamos com preocupação o retorno a fundamentalismos ou tentativas teocráticas de nacionalismos exacerbados de impor um Estado atrelado a uma religião oficial e uma fé obrigatória.
A história da humanidade transparece a longa marcha do reconhecimento dos seus direitos fundamentais que passa certamente pela separação e a autonomia das Igrejas e Religiões face ao Estado, o que não significa aprovar o ateísmo ou um deísmo indiferenciado, mas respeitar a suas esferas de atuação e uma relação propositiva de colaboração e harmonia. Hoje, o grande desafio ainda consiste em tecer pontes, canais de Diálogo Inter religioso, de convivência fraterna e compassiva que lembre como dizia São João XXIII, que o que nos une e partilhamos é muito mais que o que nos separa, e que todas as experiências religiosas buscam e almejam conhecer o amor infinito que nos transcende e que deve inspirar-nos sempre a bondade, o serviço e o cuidado para com todas as pessoas e criaturas.
Em tempos de Jubileu somos convidados a ser peregrinos da esperança, o que supõe abrir caminhos de diálogo, compreensão, paz e reconciliação entre todas as religiões, pois como dizia um teólogo com profunda inteligência espiritual: “Não haverá paz na terra, enquanto não houver paz entre as religiões”. Nosso Deus é um Deus de Paz, Pai das Misericórdias, que quer que vivamos como seus filhos bem amados e irmãos (ãs). Deus seja louvado!