Entramos no Advento, essa estrada espiritual e libertadora que nos conduz à Belém, a Casa do Pão e da Justiça, ‘onde Deus nasce nosso irmão’. Tempo da profecia forte do Reino que nos desinstala e nos convida a uma conversão plena de busca de renovação e horizontes abertos e solidários. Dizia São João Paulo II, que o ser humano sempre está em atitude de advento, é um ser que espera, que se projeta para frente impulsionado pelo Espírito Santo, no desejo de alcançar um amor que o realize totalmente na sua busca de beleza e de infinito.
O famoso humanista Erich Fromm na sua obra a “Revolução da esperança” manifestava que os povos adoecem e até entram num declínio mortal quando perdem a esperança que sempre gera vida e nos faz caminhar. O mundo sempre pertencerá a aqueles que apresentem a esperança mais luminosa e enraizada nas promessas divinas. Por isso, Dom Helder comentou a frase de São Pedro que o cristão deve ser dar razões de sua esperança, ele acrescentava que há mil razões para viver. Num mundo fechado e sombrio, o testemunho de uma esperança alegre e contagiante sempre será capaz de reanimar e encantar a vida, mostrando onde se encontra a fonte e o manancial inesgotável da infinita e mais bela alegria: o presépio natalino onde o Jesus Menino nos espera com seus braços abertos.
Na celebração dos 800 anos da inspirada criação do presépio o Sinal Maravilhoso (Carta Apostólica Admirabile Signum), por São Francisco de Assis, somos convidados como os pastores a iniciar com humildade e alegria inusitada a nossa caminhada para Belém, para nos reencontrarmos e, com muita gratidão, louvar e agradecer a maravilhosa encarnação do Deus Conosco, que veio para nos tornar filhos do Pai e irmãos, selando uma Aliança Eterna de amor, paz e justiça. Que Maria a Mãe de Deus e Nossa Mãe seja para todos as pessoas e criaturas a “timbaleira” da nossa esperança, como expressa Santo Agostinho, marcando o ritmo e o passo da nossa espera.
Deus seja louvado!