Sempre se afirma que a Solenidade da Epifania revela a missão da Igreja em ato, pois a Comunidade eclesial continua manifestando o Cristo Salvador a todas as nações, culturas e povos, e acrescentaríamos a todas as espécies vivas. De veras, esta solenidade impulsiona o que o Papa Francisco denomina “cultura do encontro”, que almeja derrubar os muros e barreiras que impedem aos povos reunir-se na tenda onde Jesus os espera.
Temos que superar os ideólogos e propagandistas do chamado choque das culturas ou guerras culturais para na trilha dos três Reis e sábios de Oriente. Aprender a dialogar, partilhar as sementes do Verbo que já estão inseridas pelo Espírito Santo em cada cultura e filosofia de vida, descobrindo as convergências que nos elevam a alguém que transcendente a todas e nos oferece a salvação e o pleno sentido da nossa existência.
Como estes estudiosos das estrelas, que procuravam ansiosamente o Esperado das Nações, torna-se importante abandonar a atitude de arrogância, dominação com a qual muitas vezes nos colocamos diante dos outros. A estrela de Belém, da esperança e da justiça, brilhará e sempre aponta para caminhos de compaixão, misericórdia e reconciliação.
Os presentes que o Menino Jesus precisa para fazer avançar o seu Reino são hoje: o ouro do ágape fraterno ou amor incondicional, o incenso do perdão e da não violência, e a mirra da adoração terna e gratuidade. Cabe às religiões, como o Papa Francisco propõe na Fratelli Tutti, empenhar-se na cultura de paz, e do cuidado da Casa Comum, afirmando que todos/as somos irmãos, filhos de Deus e da Terra, assumindo, como São Charles de Foucauld, o testemunho de ser irmão universal. Deus seja louvado!