Uma moção de repúdio às questões de caráter ofensivo incluídas no último concurso público da Prefeitura de Macaé foi oficializada na sessão desta terça-feira (22), pela Câmara de Vereadores. O documento foi assinado pelos 17 parlamentares, que relataram ainda outros problemas na aplicação da prova, organizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em plenário, foi pedida a anulação da prova.
Guto Garcia (MDB), que também é professor da UFRJ, informou que há uma questão de matemática com gabarito errado, que não foi retificada. “Eu resolvi a questão e posso assegurar que está equivocada, como já mostrei na minha rede social”. De acordo com o parlamentar, a FGV anulou algumas questões, mas não esta. “Diante das ofensas às mulheres e dos erros cometidos, acho que o melhor a fazer é anular esse concurso”, ponderou.
O vereador Edson Chiquini (Cidadania) fez coro à proposta de anular a prova, que foi realizada no dia 13 de outubro de 2024. Para ele, diante da desorganização geral, dos atrasos para começar a prova, da falta de preparo dos fiscais e do desrespeito às mulheres, o cancelamento se faz necessário. “E se isso acontecer, peço, ainda, à Prefeitura de Macaé, que reveja a contratação da FGV como banca organizadora”. O parlamentar sugeriu trocar por outra.
Iza Vicente (Rede) acrescentou que, embora algumas questões com conteúdo misógino tenham sido anuladas, uma associação de mulheres já pediu a anulação total do concurso ao Ministério Público (MP). O motivo seria novamente a temática discriminatória na prova, mas, dessa vez, envolvendo crianças e religião. “Essa é uma questão muito séria, pois sabemos que é através da disseminação de pensamentos de inferioridade da mulher – ou de outro grupo de indivíduos – que chegamos às ações extremas, como a que aconteceu neste final de semana”.