A Petrobras divulgou os valores de royalties do petróleo extraídos da Bacia de Campos. O Ouro Negro já está disponível desde sexta-feira (1). Campos dos Goytacazes recebeu R$ 41,1 milhões, 12,3% a mais do que no mês anterior, onde R$ 36,5 milhões entraram nos cofres públicos municipais.
Para os leitores que não sabem, os pagamentos são efetuados para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) até o último dia do mês seguinte àquele em que ocorreu a produção. A STN repassa os royalties aos beneficiários, com base em cálculos efetuados pela ANP.
Mesmo diante dessa fortuna, inexistente na gestão passada, de Rafael Diniz, o atual prefeito de nossa cidade está reclamando do atraso dos repasses e isso é algo intrigante, pois será que os R$ 36, 5 milhões do mês passado já foram gastos ou comprometidos sem que exista uma reserva para situações extraordinárias?
No meu primeiro mandato de vereador (2017/2020), sempre lutei para que os governos municipais criassem um fundo próprio para reservar uma cota específica que proporcionasse ao ente federativo musculatura em momentos de queda nos valores dos barris.
Isso nunca foi feito e os Royalties continuam mascarando a real situação de grande parcela da população campista, composta por pessoas pobres, famintas e desempregadas.
Não restam dúvidas da dependência que nossos gestores municipais sempre tiveram dos Royalties e isso é um caso gravíssimo, sem solução e que se arrasta desde a gestão do médico Arnaldo Vianna.
Urgente a necessidade de uma discussão ampla sobre o que pode ser feito para que o número de desempregados diminua. Atrair empresas para nossa cidade oferecendo a elas vantagens tributárias é um caminho interessante desde que elas (as empresas) contratem nossos trabalhadores.
Dentro desse contexto, vamos esbarrar em outro problema grave, ou seja, a falta de qualificação profissional de milhares de campistas.
Não esqueça que um dos efeitos dessa situação são os 16 mil beneficiados com o cartão Goitacá, afinal, se incluídos em programas de qualificação poderiam ser nossos novos trabalhadores em potencial.
Essas problemáticas fazem com que os Royalties continuem sendo aquela mãe que ilude o filho sobre uma doença grave. Sabe que o caso é sem solução, mas o mantem eternamente na UTI.
Royalties são verbas finitas e isso precisa ser lembrado diariamente aos gestores de nossa Campos, sob pena de continuarmos dependentes eternos do Ouro Negro.