Lula terá o grande desafio de fazer duas escolhas complexas, que podem alterar os ânimos dos brasileiros, digo o meio jurídico, político e social.
Trata-se da indicação do sucessor ou sucessora da ministra Rosa Weber, no Supremo Tribunal Federal.
No primeiro caso, em razão das recentes decisões do STF que desagradaram muito uma ala específica do Congresso, notadamente, a ruralista e o segundo por conta dos episódios provocados pela Operação Lava Jato e seus desdobramentos.
No caso da Corte Maior, não restam dúvidas de que as decisões recentes sobre o marco temporal e a descriminalização do aborto colocaram fogo no país e deixaram as forças conservadoras desesperadas.
Tais fatos tem deixado mais distante a possibilidade de termos um país mais pacificado onde os debates possam ficar dentro do âmbito das ideias.
Nesse contexto, entendo que Presidente Lula precisa ter muita calma e serenidade na indicação daquela ou daquele que irá ocupar a cadeira da mais alta corte do judiciário brasileiro, na vaga da ministra Rosa Weber.
A oposição ao governo Lula procura vincular as possíveis indicações ao alinhamento dos indicados as políticas ideológicas e não as de competência e notável saber jurídico.
O último ministro indicado por Lula, o advogado Zanin, já mostrou certa e destacada independência ao não acompanhar os interesses palacianos na sua totalidade. A próxima indicação também poderá ser alguém mais livre o que entendo natural e positivo para a sociedade.
Quanto a cor e o sexo dos indicados, percebo que não há, pelo menos enquanto escrevo esse artigo, vontade de Lula em buscar escolhidos pautados nessas duas questões tão importantes para o equilíbrio estrutural de um país.
O Ministro da Justiça, Flávio Dino continua sendo o favorito para a vaga do STF e as chances de ter o seu nome chancelado é enorme, inclusive por se tratar de um presidenciável, que sem uma nomeação vitalícia corre o risco de ser uma alternativa plausível e destacada ao Lula nas próximas eleições.