Hoje o ônibus 7 na 28 de março não demorou. Pergunto o nome do trocador. É Wesley, meu chará.
Uma casa verde em formato de chalé. Será verde mesmo? Uma árvore cortada e sem folhas. Um vento leve.
Sinal verde. O ônibus avança. Uma bicicleta, um vulto. Será uma bicicleta? A sirene do bombeiro. O que aconteceu?
Uma senhora de cabelo loiro e blusa preta vai descer no próximo ponto. O homem que desceu nesse fala alguma coisa para ela.
O celular toca. Uma placa de “não estacione”. O telefone para de tocar. O ônibus está parado. Uma pichação pichada. Um cinema antigo.
Uma voz. De onde vem? É uma senhora que assiste a um vídeo que fala de ciência, cientistas e terapia. Eu tento escutar.
O vídeo fala do SUS. A senhora, de óculos, olha para trás. Estou parecendo aqueles caras da ditadura que anotam em todo lugar.
Um grafite. Uma faixa. O ônibus parte. A Disney Campista. Uma senhora diz várias coisas. Só entendo “Nova Brasília”. Uma senhora de rosa senta do meu lado.
O ônibus passa no sinal amarelo. Ou seria laranja? Uma ambulância. Um prédio grande. Um rapaz de moicano. Seria o último?
Aquele negócio que não lembro o nome, que sai água. Ah, sim, hidrante. Lembrei. Um cone. Um homem de uniforme.
Uma mulher segura o chapéu. O homem tem tatuagem. A senhora agora encosta o celular no ouvido prá ouvir um áudio, que está acelerado.
Enquanto isso uma menina balança uma garrafa d’água como um pêndulo. Cinema ou redes sociais? Show ou estudos? Os cartazes e outdoors mostram várias opções. A escolha é sua.